As pessoas que se consideram tratadas injustamente têm uma maior tendência a sofrer ataques do coração que o resto da população, segundo um estudo do University College de Londres - resumido, ontem, no saite globo.com.
Os pesquisadores acompanharam durante onze anos a evolução de mais de oito mil funcionários públicos britânicos, a quem perguntaram como eram tratados no trabalho e em casa. Depois desse período, descobriu-se que as pessoas com uma forte sensação de injustiça tinham 55% mais probabilidade de sofrer de alguma doença cardiovascular que as que se sentiam tratadas justamente.
O estudo, publicado pelo "Journal of Epidemiology and Community Health", conclui que "a injustiça pode servir como mecanismo de prognóstico de um aumento dos episódios coronários e de outros problemas de saúde".
Segundo os autores do trabalho, embora seja preciso continuar estudando o tema para desvendar a complexa relação entre as pressões sociais e as doenças cardiovasculares, a justiça é a chave de uma sociedade saudável. Os pesquisadores acreditam que a injustiça pode estar vinculada a esse tipo de doença porque o enfado e a humilhação que causa geram "sintomas psicossociais" e alterações biológicas do sistema nervoso, dos hormônios e do metabolismo.
Uma outra pesquisa - esta feita por cientistas americanos - divulgada ontem (15) pelo jornal "The Daily Telegraph" indica que a redução dos níveis de ansiedade pode servir para prevenir os ataques cardíacos.
O estudo, dirigido por Charles Blatt, da Harvard Medical School, e publicado no "Journal of the American College of Cardiology", indica que as pessoas muito ansiosas têm o dobro do risco de sofrer um ataque do coração, se, além da ansiedade, se preocuparem demais com sua condição.
Rodney Silva
Jornalista - MTB 14.759