Foto: Fotos: Niege Moreira
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“Podemos avançar nas temáticas da vida real. E é isso que iremos fazer”. Com essa fala, o presidente da OAB/RS, Ricardo Breier, finalizou o discurso de posse do rapper, educador social e escritor, Cristian de Souza Augusto, conhecido como Afro-X, na Comissão de Direitos Humanos Sobral Pinto. Afro-X é ex-detento da Casa de Detenção de São Paulo, popularmente conhecida como Carandiru, e saiu ressocializado do presídio com a ajuda da música. O evento aconteceu na última quarta-feira (5), no auditório da Ordem Gaúcha.
Para Breier, a posse de Afro-X marca um momento de redemocratização da OAB/RS. “A participação do Afro-X nesta comissão representa a materialização daquilo que nenhum membro viveu. Nós nos aproximamos muito da realidade de quem carece dos direitos essenciais. Mas ninguém aqui viveu o que ele viveu. Tê-lo aqui hoje representa muito, pois vai modificar os parâmetros de atuação da comissão e nos fazer ficar mais próximos de realidades e vivências”, destacou.
Em seu discurso, o presidente destacou ainda o trabalho da CDH na OAB/RS desde que iniciou na comissão, em 2007. “Quando iniciei, tive que me contentar e aceitar que tenho limites, e que a instituição tem limites. Temos que fazer aquilo que está no nosso alcance. Não salvamos a saúde do Estado, mas conseguimos abrir dois hospitais que estavam fechados. Não resolvemos o problema do IPF, mas chamamos a atenção para o descaso com os pacientes. Já conseguimos responsabilizar autoridades e até afastar quem agia com abuso de poder. Hoje, aqui nesta posse, vivemos o ápice da democracia da OAB no Rio Grande do Sul”, afirmou.
O rapper agradeceu pelo reconhecimento da instituição e relembrou um pouco da sua história e falou sobre como se sentiu ao ser convidado para fazer parte da CDH. “Não foi fácil chegar até aqui. Já vivi a pobreza, já passei fome, já vivi a morte várias vezes. Em um país onde a desigualdade social é muito discrepante, a falta de educação assola, o índice de criminalidade só aumenta, vivemos num tempo de encarceramento em massa, de pretos, pobres da periferia. Sobrevivi à maior prisão da América Latina e nunca deixei de sonhar. Deus me livrou para que eu estivesse aqui, escrevendo mais uma página da minha história” contou.
Na última terça-feira (3), o rapper entregou mais de 600 quilos de alimentos adquiridos em uma campanha de arrecadação para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade na Vila dos Papeleiros, no bairro Floresta. As doações dos alimentos foi uma iniciativa do Afro-x através de um show, em parceria com a Opinião Produtora, Grupo 509-E, banda Detonautas e dos voluntários do Projeto Direito no Cárcere.
Após a posse, houve ainda um debate sobre “A importância do ativismo em Direitos Humanos no Rio Grande do Sul”, com o presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos, Jair Krischke. “O Brasil é um país violador dos Direitos Humanos, porque os direitos humanos são dos seres humanos. No Brasil, nós temos a não-pessoa, e por isso há tantos que não tem direitos. O Afro-X é um vencedor que merece muito destaque pela sua luta”, disse.
Ainda foram abordados na mesa os temas “A importância de pluralidade de integrantes no da Comissão de Direitos Humanos Sobral Pinto”, com o coordenador da CDH, Rodrigo Puggina; e “A participação da advocacia negra na OAB/RS”, com a Procuradora Municipal de Porto Alegre, Líbia Suzana da Silva. No fim do evento, Afro-X fez uma apresentação musical com os rappers Nitro Di (Da Guedes) e Marck B.
Texto: Nathane Dovale
Fotos: Niege Moreira
Assessoria de Comunicação OAB/RS
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Fonte: OAB/RS