16.05.07 | Criminal
Preso publica anúncio em jornal para dizer que não pertence ao PCC
O detento Aldo José Marques Brandão, que está no presídio federal de Campo Grande (MS) , condenado por tráfico de drogas, publicou ontem (15) um informe publicitário no jornal "Correio do Estado", o de maior circulação de Mato Grosso do Sul.
Na nota paga intitulada "Esclarecimento ao Povo", Brandão afirma não ter vínculo com a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). Nega também ter recebido ordem da facção para encomendar a morte do juiz da 3ª Vara Federal de Campo Grande, Odilon de Oliveira.
A nota, de 9,6 cm de largura por 15 cm de altura, custa R$ 810 na tabela de preços do jornal. A página 3, onde feita a publicação, é uma das mais caras do jornal. A defesa de Brandão informou que a nota foi publicada a pedido dele e paga com dinheiro da família. A constatação foi feita pelo jornalista Hudson Correa, da Agência Folha.
Em agosto de 2004, o juiz Odilon condenou Brandão a 27 anos de prisão por crimes de tráfico, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal. O juiz determinou ainda a perda dos bens de Brandão - uma fazenda de 493 hectares e R$ 875 mil. Brandão cumpria pena na penitenciária de Dourados (MS). Na sexta-feira passada (11), foi transferido para o presídio federal, a pedido da Secretaria da Segurança Pública do Estado.
"A Secretaria da Segurança me informou que havia um plano - talvez de Brandão - para me matar", afirma Oliveira, que é juiz das execuções penais de Campo Grande. "Eu teria que fazer um estudo mais apurado do caso para saber se o anúncio violou alguma norma de segurança", afirmou o juiz.
O Depen (Departamento Penitenciário Nacional) informou que não houve falha na segurança. A publicação deve ter sido feita por alguém da família ou por advogados do presidiário, informou Segundo o órgão, o presidiário tem direito de apresentar defesa em jornais.
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Leia a matéria publicada ontem pelo jornal Correio do Estado
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"Detento nega plano de ataque a juiz federal"
Por Denilson Pinto
O presidiário Aldo José Marques Brandão, que na semana passada chegou a ser transferido às pressas da penitenciária de Dourados para o presídio de federal de Campo Grande, acusado de planejar a execução do juiz federal Odilon de Oliveira, afirmou que a denúncia é inverídica. Em anúncio pago, publicado hoje no Correio do Estado, na página 3, ele afirma que é "uma falsa acusação".
No último sábado, o jornal publicou reportagem na página 12, com o título "Juízes reforçam segurança contra o PCC", informando sobre o fato de juízes do Estado terem reforçado a segurança em razão das ameaças de possíveis ataques de facções criminosas, entre eles o juiz federal Odilon de Oliveira.
Com base em informações da administração do presídio federal e do magistrado, policiais de Dourados teriam descoberto que Aldo José Marques Brandão foi encarregado de encomendar pistoleiros para executar o juiz.
Em razão desta descoberta, como medida de segurança, o presidiário foi transferido para o presídio federal de Campo Grande. A Polícia Federal foi acionada para investigar detalhes do plano.
Aldo José Brandão encontra-se preso em razão de condenação aplicada pelo juiz Odilon de Oliveira, datada de 18 de agosto de 2004. Ele foi réu em processo, juntamente com Erineu Soligo, ambos acusados de tráfico internacional de drogas. Aldo acabou sendo condenado a 28 anos de prisão.
Na nota publicada hoje no jornal, o presidiário afirma que "nunca tive e não tenho nenhum vínculo com o PCC, sendo certo, ainda: jamais recebi tal ordem. Espero que a Polícia Federal esclareça a verdade, dentro do menor tempo possível".
Aldo José Marques Brandão informou que requereu ao superintendente da Polícia Federal a instauração de inquérito para apurar o que ele classificou como falsa acusação.
Cópia da petição foi encaminhada ao secretário de Justiça e Segurança Pública do Estado, ao ministro da Justiça, ao procurador-geral da República, à presidenta do Tribunal Regional Federal da 3ª Região e ao juízo de Execuções Penais de Dourados".
Rodney Silva
Jornalista - MTB 14.759