Foi realizada na quinta-feira (24) a exumação do corpo de João Victor Baratella Matos, 4 anos, que morreu depois de uma cirurgia, no início do mês, em Ponta Grossa (PR). O pedido foi feito pela família e autorizado pela Justiça para averiguar a hipótese de erro médico.
O atestado de óbito indica que o menino morreu por conta de ruptura no estômago, presença de ar no peritônio e na cavidade pleural e complicações anestésicas. Os pais estão inconformados com o desfecho trágico do que era para ser uma corriqueira cirurgia nas amídalas e na adenóide. As informações são do jornal Gazeta do Povo.
João Victor foi internado às 6h30 do dia 3 de maio e a operação deveria durar entre 15 e 30 minutos. Quando retornou ao quarto, por volta de 8 horas, os pais notaram que o abdome do menino estava inchado. Foi feita a pulsão, mas o quadro continuou se agravando até que foi internado na unidade de terapia intensiva, com sangramento pela boca e pelo nariz.
A advogada Liciane Baratella Matos e o engenheiro civil Rozenildo Cidade Matos, pais do garoto, afirmam que nenhum médico prestou qualquer esclarecimento sobre o que estava acontecendo.
Eles insistiram em vão para que João Victor fosse operado para encontrar a causa das complicações.
Só depois das 22 horas e após a intervenção de dois médicos, é que o cirurgião pediátrico do hospital aceitou fazer a operação exploratória. A cirurgia comprovou a perfuração no estômago, mas não conseguiu salvar o menino, que morreu uma hora depois. O inquérito aberto indica a possibilidade de imperícia durante a entubação e de negligência pela demora na realização da cirurgia corretiva.
O cirurgião pediátrico Augusto Garofani nega qualquer responsabilidade. Ele afirma que apenas tratou os sintomas de um problema causado anteriormente.
“A causa morte da criança não é pelo meu procedimento”, destaca. Ele reforçou que espera uma apuração rigorosa do caso, para entender o que aconteceu.
O anestesista Nilton Pedroso de Almeida também não sabe explicar o que causou as complicações que resultaram na morte do menino. Ele assegura que, durante a operação, tudo transcorreu normalmente e discorda do atestado de óbito, que aponta problemas anestésicos.
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