Morreu no Rio de Janeiro, vítima de leucemia, o deputado federal Enéas Carneiro (PR-SP - foto). Ele tinha 68 anos e fazia tratamento quimioterápico.

O velório será realizado no Memorial do Carmo no cemitério do Caju, no Rio de Janeiro, a partir das 9 horas de hoje (07). A cerimônia de cremação está prevista para o final da tarde no próprio cemitério. A Câmara dos Deputados decretou luto oficial por um dia.

Enéas Carneiro nasceu em 1938, em Rio Branco, no Acre. Médico cardiologista, fundou, em 1989, o Partido de Reedificação da Ordem Nacional (Prona), que em 2006 fundiu-se ao Partido Liberal, transformando-se no Partido da República (PR). Logo após criar o Prona, lançou-se candidato à Presidência da República nas primeiras eleições diretas do Brasil, após o período da ditadura militar.

Na campanha, defendia a construção da bomba nuclear brasileira, o aumento do efetivo militar do País e outras bandeiras nacionalistas. Ele se apresentava como um político radicalmente contrário ao aborto e à união civil de pessoas do mesmo sexo.

Em 1994, novamente candidato à Presidência, Enéas foi o terceiro mais votado do País, com mais de 4,6 milhões de votos, superando políticos tradicionais como Leonel Brizola e Orestes Quércia e ficando atrás apenas de FHC e Lula. Em 1998, ele voltou a concorrer à Presidência da República e obteve o quarto lugar, com 1,4 milhão de votos.

Foi eleito deputado federal em 2002 com 1,5 milhão de votos, o maior número da história. Foi reeleito para esta legislatura com a quarta maior votação no estado de São Paulo, atingindo 386.905 votos, cerca de 1,90% dos votos válidos no Estado.

A sessão deliberativa marcada para as 14 horas de segunda-feira será aberta normalmente. Em seguida, farão uso da palavra os deputados que quiserem homenagear o deputado Enéas e a sessão será suspensa, conforme prevê o artigo 71 do Regimento Interno da Câmara. Os trabalhos retomarão a rotina amanhã (08).

O nome do suplente que assumirá a vaga de Enéas só será anunciado nesta segunda-feira, uma vez que há necessidade de conferir o coeficiente eleitoral dos partidos e verificar a proporcionalidade partidária, com base no resultado das últimas eleições (outubro de 2006).

Fonte: Ag. Câmara

Rodney Silva
Jornalista - MTB 14.759