|   Jornal da Ordem Edição 4.434 - Editado em Porto Alegre em 27.11.2024 pela Comunicação Social da OAB/RS
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NOTÍCIA

28.10.16  |  Habitacional   

Construtora deverá reformar casas entregues com defeitos em Caxias do Sul

A construtora tem a responsabilidade de reparar os danos do imóvel. Foram destacados os abalos morais sofridos, já que a empresa os enganou sobre a qualidade do imóvel vendido.

A GP Incorporadora de Imóveis deverá reformar casa após entregá-la sem a estrutura prometida. A decisão é da 17° Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, confirmando sentença proferida na Comarca de Caxias do Sul. Compradores entraram na justiça alegando que adquiriram uma unidade habitacional no loteamento Paiquerê, em Caxias do Sul, mas ao adentrarem nas residências, verificaram diversos defeitos.

Conforme os autores, as falhas não estavam na propaganda do imóvel, como portas e janelas marcadas, falta de rede elétrica e de esgoto, entre outros. Segundo eles, a construtora tem a responsabilidade de reparar os danos do imóvel, e destacaram os abalos morais sofridos, já que a empresa os enganou sobre a qualidade do imóvel vendido.

A empresa se defendeu e afirmou que a Caixa Econômica Federal, que financiou a obra, realizou vistorias nos imóveis para verificar se realmente estavam aptos a moradia. Alegaram também que, por se destinar a pessoas de baixa renda, o loteamento não tinha previsão de calçamento, instalações elétricas, hidráulicas e de esgoto, caso contrário, haveria oneração da obra.

Em 1º Grau, o juiz de Direito, Carlos Frederico Finger, sentenciou a ré a corrigir todos os defeitos encontrados nas construções. Houve recurso dos autores da ação, postulando a concessão também de danos morais. No Tribunal de Justiça, o relator da apelação, desembargador Gelson Rolim Stocker, destacou as falhas da obra e a falta de complementação das escadas, já que o acesso à moradia é um pressuposto para a habitabilidade, e que sem a escada seria impossível o acesso.

Com relação à indenização por danos morais, o relator afirmou que não passou de um mero aborrecimento, não ensejando indenização por dano moral. Quanto ao dano moral, tenho que os defeitos na construção empreendida pelo réu se constituem em mero aborrecimento que não transborda a ofensa a direitos da personalidade, afirmou o desembargador.

Assim, a sentença foi mantida, devendo a empresa promover a correção dos defeitos da obra em um prazo de 60 dias. O voto foi acompanhado pelos desembargadores Liége Puricelli Pires e Giovanni Conti.

Processo n° 70070541891

Fonte: TJRS

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