26.07.07 | Diversos
Congonhas é “mina de ouro” para empresas
O aeroporto de Congonhas é uma "mina de ouro" para a Tam, Gol e Varig, donas de 91,9% do tráfego aéreo no país. Nos últimos anos, o uso intensivo de Congonhas como estratégia central das empresas multiplicou a lucratividade. No ano passado, a Tam aumentou seu lucro em 174%, para R$ 555,9 milhões. A Gol, em 62%, para R$ 684,5 milhões.
Dos 140 aeroportos brasileiros, Congonhas proporciona sozinho cerca de 30% a 35% das receitas das duas companhias, segundo estimativas de analistas e da própria Tam. A Gol não divulga esse percentual. As informações são da Folha de S. Paulo, em texto dos jornalistas Maeli Prado, Fernando Canzian e Janaina Lage.
Vôos de até duas horas de duração partindo ou chegando a Congonhas proporcionam, segundo analistas, duas vezes mais rentabilidade às empresas do que outros aeroportos. São, basicamente, rotas de executivos viajando a negócios.
Das grandes companhias, a Tam é a mais dependente de Congonhas: 22% de seus vôos passam pelo aeroporto. No caso da Gol, 18%, segundo o Nectar (Núcleo de Estudos em Competição e Regulação do Transporte Aéreo). A Varig, comprada neste ano pela Gol, tem 33% dos seus vôos passando pelo aeroporto, mas apenas 2,9% do mercado.
Devido à concentração do tráfego no aeroporto, as empresas conseguem fazer com que os aviões, independente do destino ou origem, cheguem quase sempre lotados. Essa demanda também faz com que fiquem no solo por menos tempo. Enquanto em outros aeroportos do país a média de tempo em solo por aeronave varia de 40 minutos a uma hora, em Congonhas é a metade disso.
Tendo Congonhas como "hub", o modelo permite ainda que aeronaves grandes, como o Airbus-A320 da Tam ou o Boeing 737-800 da Gol, possam voar entre 12 e 15 horas diárias, proporcionando fortes ganhos de escala às empresas.
Rodney Silva
Jornalista - MTB 14.759