|   Jornal da Ordem Edição 4.434 - Editado em Porto Alegre em 27.11.2024 pela Comunicação Social da OAB/RS
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NOTÍCIA

15.03.17  |  Advocacia   

Calça de advogado pega fogo em alegações finais de ação sobre crime de incêndio nos Estados Unidos

Ele explicou ao juiz que, quando falava para o júri, sentiu alguma coisa quente em sua perna. Por isso teria enfiado a mão no bolso. No final das contas, disse ele, foi uma bateria defeituosa de seu cigarro eletrônico que pegou fogo. E quando chegou ao banheiro, jogou a bateria na água.

Durante todo o julgamento de seu cliente, acusado de colocar fogo no próprio carro, em Miami, o advogado sustentou a tese de que combustões espontâneas ocorrem e que esse foi o caso do carro destruído. Logo depois de iniciar suas alegações finais, em frente aos jurados, o profissional começou a mexer nervosamente no bolso direito de sua calça. Mais alguns segundos e a calça começou a exalar fumaça. O advogado correu da sala de julgamento para o banheiro mais próximo.

Houve um momento de confusão da sala de julgamento e o juiz Michael Hanzman mandou os jurados se retirarem. Pouco depois, o advogado voltou, um tanto assustado, mas sem ferimentos. Apenas seu bolso direito estava parcialmente queimado. Ele explicou ao juiz que, quando falava para o júri, sentiu alguma coisa quente em sua perna. Por isso teria enfiado a mão no bolso. No final das contas, disse ele, foi uma bateria defeituosa de seu cigarro eletrônico que pegou fogo. E quando chegou ao banheiro, jogou a bateria na água. Na verdade, disse ele, três baterias estavam em seu bolso.

O juiz, o promotor e demais pessoas na sala pareceram não estar convencidos. A dúvida é se houve uma grande coincidência, pelo fato da calça do advogado pegar fogo sem que alguém o provocasse (justamente a tese que ele defendia), ou uma grande armação do advogado para demonstrar sua tese de incêndio espontâneo. O juiz ficou, inicialmente, com a segunda hipótese: “Me parece muita coincidência que, quando você está em um caso envolvendo crime de incêndio, em que você está tentando persuadir o júri de que houve alguma espécie de combustão instantânea em um veículo, e, enquanto está apresentando suas alegações finais aos jurados, de repente alguma bateria em seu bolso se torna inflamável”, disse.

“Eu juro por minha vida que não foi um truque”, disse o advogado ao juiz. “Não pretendi, de forma alguma, fazer uma demonstração teatral de que combustões espontâneas podem ocorrer. O problema foi causado pela bateria defeituosa”, ele declarou. Na verdade, existe o risco de baterias de cigarros eletrônicos (e-cigarettes) explodirem. Eles produzem nicotina vaporizada através de uma solução líquida aquecida. Por isso, o Departamento de Transporte dos Estados Unidos proibiu, recentemente, carregar cigarros eletrônicos em malas, bolsas ou de qualquer outra forma em aviões.

O promotor pediu ao juiz que punisse o advogado por desrespeito ao tribunal, o que pode lhe render, por exemplo, uma noite na prisão. Mas o juiz pediu um prazo para pensar no caso – com a cabeça fria. Policiais e promotores de Miami recolheram as baterias para investigar o caso. No final das contas, o cliente foi condenado por crime de incêndio.

Fonte: Conjur

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