O presidente da OAB/RS, Ricardo Breier, teve artigo publicado na edição desta segunda-feira (13), no jornal Correio do Povo. Na publicação, o dirigente ressalta o trabalho da OAB/RS em prol do avanço da modernização e informatização do sistema judiciário gaúcho.
Avanço tecnológico: a capacitação digital é a realidade da advocacia
A tecnologia veio para eliminar algumas imagens e estereótipos que insistem em perambular em nosso imaginário. A anacrônica imagem do advogado, carregando uma pilha de processos embaixo do braço, deslocando-se entre os fóruns, peticionando aqui, protocolando ali, se tornará tão rara quanto uma máquina de escrever em funcionamento numa redação jornalística. Afinal, como disse Henry Ford: “O passado serve para evidenciar as nossas falhas e nos dar indicações do progresso do futuro.”
Por trás do romantismo da imagem do advogado carregado de processos, existe uma lógica infrutífera. A dificuldade no manuseio de tantos papéis e a consciência ambiental podem ser citadas como elementos que tornam imperativa a evolução dessa figura paralisada no tempo. A maior das forças motrizes que nos direciona aos novos tempos é a celeridade que o processo eletrônico traz. Afinal, precisamos sempre lembrar, acima das minúcias do cotidiano jurídico, que a prestação do serviço jurisdicional tem sempre um grande beneficiário: o cidadão.
A advocacia, portanto, deixando de ser analógica e atuando no eproc na Justiça Estadual, está, na verdade, atendendo às demandas de pessoas que vão em busca de direitos, garantias, reparação de danos, etc. Fazendo, assim, valer a cidadania para aqueles que acionam o sistema Judiciário.
A Ordem dos Advogados do Brasil seccional do Rio Grande do Sul, quando, em 2017, reuniu mais de 15 mil advogados (presencial e virtual) em uma audiência pública na sede da Ordem, queria mostrar que a classe estava insatisfeita com o sistema de processo eletrônico que a Justiça Estadual estava utilizando. A demanda foi atendida.
Agora, há uma nova missão: capacitar a advocacia de todo o estado. Principalmente, o público idoso, que enxerga, na modernização do aparato judiciário, um motivo para a “aposentadoria compulsória”. Sim, os tempos são outros e a tecnologia mudará a realidade da Justiça. Isso, contanto, não faz com que nenhum advogado ou nenhuma advogada precise abster-se de exercer a profissão. É missão institucional da OAB/RS capacitar todos a operar o sistema eproc.
Assim, a indicação de progresso do futuro acontecerá à medida que menos pessoas circulem nos prédios da Justiça, ao mesmo tempo em que aumentará o número de cidadãos que têm seus direitos atendidos
Ricardo Breier
Presidente da OAB/RS
Fonte: OAB/RS