Daiton Carlos Martins da Fonseca – presidente da Subseção de Caxias do Sul da OAB/RS
28.11.07 | Perfil
“Se não fosse advogado, seria publicitário com certeza”. Assim o presidente da Subseção de Caxias do Sul da OAB/RS, Daiton Carlos Martins da Fonseca, resume o talento que possui de cartunista, hobby que surpreendentemente andou lado a lado com a carreira jurídica.
“Nos anos da juventude, pretendia ser cartunista, chegando a ter uma tira de humor semanal na Folha de Caxias, hoje extinta. Na universidade ilustrava as publicações dos DAs e do DCE, e mesmo depois, já advogando, sempre colaborei com publicações dos movimentos comunitários e partidários. Hoje, esporadicamente faço algum trabalho.”
Ele conta que na época em que prestou vestibular – ainda muito jovem – pensou em cursar Administração. Após mais de vinte e cinco anos exercendo a advocacia – iniciando logo após a formatura em 1981 – Fonseca traz a certeza de que fez a escolha certa.
A carreira começou em uma banca com outros três colegas do curso de Direito. Há sete anos é sócio de um escritório que atua, principalmente, na área do Direito Financeiro. Na Ordem, ocupou cargo de vice-presidente na gestão anterior da Subseção, além de ter sido delegado da Caixa de Assistência em outras duas gestões e de ter representado a Subseção em diversos Conselhos Municipais.
Além dessas atividades, militou na política por muitos anos, tendo integrado o Partido Comunista ainda no final de sua clandestinidade. Foi posteriormente presidente do Setor Jovem do PMDB de Caxias do Sul e vice-presidente da Juventude Estadual do PMDB. Ocupou também o cargo de Diretor-Geral da Câmara dos Vereadores do mesmo município.
Atualmente não está filiado a nenhum partido político. Contudo, a preocupação com política está presente na própria concepção que tem sobre o papel do advogado na sociedade brasileira, “como personagem social, atuando no avanço da sociedade a patamares minimamente justos de convivência humana”.
Diante dessa luta para o avanço da sociedade, Fonseca pensa que o advogado deve se posicionar em diversas questões da atual conjuntura social e política do país. “Destacaria a luta sem tréguas pelo ensino jurídico de qualidade, o combate à corrupção em todas as suas formas destruidoras das riquezas da nação, uma reforma política para valer que fortaleça o Parlamento, impedindo o Executivo de legislar e o Judiciário de decidir os gastos públicos.”
O presidente da Subseção de Caxias do Sul considera também a melhoria das condições do exercício da advocacia uma luta incessante. Ele enumera algumas das questões que considera relevantes: “Respeito às prerrogativas, combate ao aviltamento dos honorários, modernização da máquina judiciária, eficiência verdadeira na prestação jurisdicional com segurança jurídica”.
Mesmo assim, há uma série de fatores que trazem gratificação ao advogado no exercício da profissão. “A sensação de poder resolver problemas humanos, inobstante todos os obstáculos conhecidos. Em âmbito mais geral, sentir-se honrado em dizer-se advogado, e ser respeitado por isto. E muito se deve à atuação institucional firme da Ordem, o que valoriza a classe.”
De positivo, ficam também as lições que a vivência da advocacia lhe trouxe: “Tolerância, paciência e a constatação de que o aprendizado é constante. Também aprendi a verdade essencial que consta do artigo 133 da Constituição: sem advogado não há efetivamente justiça.”