Senado contrata parentes de 19 parlamentares
21.08.07 | Diversos
O Senado Federal Brasileiro contratou, entre 2003 e 2007, pelo menos 35 parentes de 19 parlamentares. Mulheres, primos e sobrinhos foram nomeados em cargos comissionados, para os quais não há necessidade de prestar concurso público.
Segundo levantamento feito pela reportagem do jornal Folha de S. Paulo houve um caso de nepotismo cruzado: quando um senador contrata parente de outro parlamentar, e vice-versa.
O caso foi registrado no gabinete do senador José Maranhão (PMDB-PB), que contratou um sobrinho do colega Garibaldi Alves (PMDB-RN). Em troca, Alves admitiu uma sobrinha de Maranhão.
Pelo regimento interno da Casa, cada senador tem direito a cinco cargos de assessores técnicos, seis de secretários parlamentares e um de motorista. Alguns cargos podem ser fracionados em até seis vezes. Já os salários variam de R$ 900 a R$ 4.600.
Em abril, o presidente da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), tentou colocar em discussão no plenário do casa um projeto que acaba com o nepotismo nos três Poderes. Mas não houve avanço.
A medida impede a contratação de parentes no Executivo, Legislativo, Judiciário, no Ministério Público, nos Tribunais de Contas, nos Estados e nos municípios.
Por ser polêmico, o projeto deve ter o texto abrandado para ser aprovado, uma vez que vários parlamentares contratam parentes. A emenda original, por exemplo, proíbe a contratação de parentes até mesmo para serviços temporários, o que deve ser suprimido do texto. Também estabelece uma espécie de "quarentena" pela qual os parentes de autoridades só poderiam ingressar no serviço público três anos depois que o familiar deixasse o cargo.