TJ de Alagoas investiga cartório de imóveis na cidade natal do clã Calheiros
01.08.07 | Diversos
A tabeliã do cartório de registro de imóveis de Murici (60 km de Maceió), cidade natal do clã Calheiros, é investigada pela corregedoria do TJ de Alagoas por supostas participação em grilagem de terras.
O corregedor do TJ-AL, Sebastião Costa Filho, deve divulgar esta semana a decisão de afastar, ou não, a tabeliã Maria de Lourdes Ferreira Moura por 90 dias, prorrogáveis por mais 30 dias.
O afastamento da tabeliã de Murici era uma das reivindicações feitas pelos quatro movimentos de sem-terra - MST, CPT, MTL e MLST - que invadiram, na semana passada, a fazenda Boa Vista, do deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL), irmão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Os agricultores acusam o deputado de grilar terras no município com ajuda do cartório local. A tabeliã negou que tenha participado de grilagem de terra e disse que os livros de registro de imóveis estão à disposição para consulta. A fazenda do deputado foi desocupada no último sábado, depois que os sem-terra ouviram do corregedor que a tabeliã já era alvo de investigação.
Segundo o juiz-corregedor Sóstenes Alex Costa de Andrade, a tabeliã Maria de Lourdes Ferreira Moura é investigada em dois procedimentos administrativos. Num deles, apresentado pela Procuradoria da República em Alagoas, ela é acusada de negar repetidas vezes o fornecimento de certidões para o levantamento fundiário da Estação Ecológica de Murici, que envolve propriedades do deputado.
Numa segunda investigação, o técnico agrícola Genival Mendes de Melo acusa Maria de Lourdes de ter incorporado a fazenda São Bernardo, arrematada por ele em leilão da Justiça do Trabalho, em 2005, à fazenda Capoeirão, que pertence a Olavo.
Segundo a tabeliã, a fazenda São Bernardo existe há 111 anos e nada tem a ver com a Capoeirão.
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Fonte - Folha Online.