Presidente búlgaro indulta médico e enfermeiras acusadas de contaminar crianças com vírus HIV
25.07.07 | Internacional
O presidente da Bulgária, Georgi Parvanov, assinou ontem (24) um decreto de indulto às cinco enfermeiras e ao médico que haviam sido condenados à prisão perpétua na Líbia, e que chegaram esta manhã a Sófia. Eles foram condenados por terem contaminado crianças com o vírus HIV.
O ministro de Relações Exteriores búlgaro, Ivailo Kalfin, anunciou o indulto presidencial num breve ato no aeroporto de Sófia, 45 minutos depois de aterrissar o avião com as enfermeiras e o médico. Kalfin leu um comunicado afirmando que o chefe de Estado da Bulgária "está convencido da inocência dos trabalhadores".
Ele agradeceu à comissária de Relações Exteriores da União Européia, Benita Ferrero-Waldner, à mulher do presidente da França, Cecilia Sarkozy, e aos governos da Alemanha, Grã-Bretanha e Holanda, "que fizeram muito" pelo retorno a Sófia dos seis voluntários. "O decreto entra em vigor a partir do momento da assinatura", disse o procurador-geral, Boris Velchev, em declarações à imprensa.
"Quero recuperar minha vida como era há 10 anos", declarou à imprensa a enfermeira Kristiana Valcheva, principal acusada no julgamento pela suposta contaminação com aids de mais de 400 crianças líbias. Ela denunciou ter sido torturada para confessar sua culpa. "Sei que sou livre, sei que estou na Bulgária, mas ainda não acredito", disse Kristiana.
As enfermeiras e o médico búlgaros, foram condenados inicialmente à morte por contaminar centenas de crianças com o vírus da aids. Entretanto, em 17 de julho, o Conselho Superior de Justiça da Líbia revoga as penas capitais, que comuta para prisão perpétua, depois de as famílias das crianças renunciarem à exigência, tendo recebido cada uma delas uma indenização de US$ 1 milhão. O processo durou mais de oito anos.