Mulher receberá R$ 540 mil após perder ovários e útero por engano

13.06.07 | Diversos

Gloria Bonilla Villares, 36, foi atendida no hospital Doze de Outubro, em Madrid, para tratar de uma infecção. Em vez de receber o tratamento adequado, porém, a mulher saiu do centro médico sem o útero, os ovários e as trompas, retirados por erros médicos que também a deixaram em coma por mais de 40 dias.

O útero, os ovários e as trompas foram retirados sem nenhuma razão, mas os problemas foram além: a espanhola entrou em coma por não ser tratada a tempo com os medicamentos receitados para a infecção que a levou ao hospital.  Ela sofreu ainda uma mastectomia na mama direita, atrofia da musculatura do braço, antebraço e ombro direitos, menopausa precoce, neurose pós-traumática, problemas intestinais, cicatrizes e incapacidade para trabalhar por um ano.

Em sua edição de ontem, o jornal espanhol "El País" informou que Gloria receberá 210 mil euros (R$ 544 mil) de indenização por danos e prejuízos sofridos no hospital.

O caso não foi resolvido por uma sentença do Tribunal Superior de Justiça de Madri, onde tramitava, mas sim após um acordo entre a Cia. de Seguros Zurich e os serviços jurídicos da associação de defesa O Defensor do Paciente.

Antecedentes e detalhes do caso

1. Gloria foi ao Hospital Doze de Outubro em 14 de abril de 2004 - onze dias depois de ter um filho - por sofrer uma dor intensa na mama direita. Ela tinha 33 anos.

2. Os serviços de urgência do hospital receitaram um tratamento antibiótico e pediram exames de sangue e urina para investigar as causas da infecção. O tratamento com antibióticos, no entanto, não começou até o dia seguinte.

3. A negligência médica causou um choque séptico. Complicações do choque deixaram a paciente em coma por um mês e meio.

4. No dia 15 de abril, Gloria  foi operada para retirar a infecção da mama: nessa operação, "sem nenhum motivo" - segundo a associação O Defensor do Paciente - foram retirados os ovários, as trompas e o útero. A análise patológica dos órgãos retirados não mostrou nenhuma alteração.

5. Depois dessa intervenção, a paciente foi submetida a uma traqueotomia, assim como outras três operações nas quais foram retirados a mama e o baço.

6. Em 26 de maio, depois de um mês e meio de coma, Gloria recebeu alta, mas em novembro do mesmo ano foi readmitida no hospital para tratar de problemas intestinais em conseqüência das operações. Ela teve de passar por uma nova operação, e foi finalmente liberada em 18 de dezembro.

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Fonte: "El País"
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