* O acidente inesperado
A instrução processual vai bem, em comarca gaúcha de município com 110 mil habitantes. O caso é o seguinte: altas horas da noite, um motorista passa no sinal vermelho e abalroa o veículo no qual trafegava a autora.
Na instrução, o juiz pergunta sobre o ocorrido:
- A senhora viu a aproximação do veículo?
- Não, senhor.
- Ele estava em alta velocidade?
- Pela batida, acho que sim.
- E ninguém viu o veículo vindo?
- Não, mesmo.
E o arremate, com a pergunta do meritíssimo, que constou em ata:
- Então, o acidente foi inesperado?
Os advogados têm que se segurar para não rir. Na saída, um lembra trecho da música: "e o inesperado faça uma surpresa".
* O réu driblador
Interrogatório do réu, em um caso de tráfico de entorpecentes, na comarca de Pelotas (RS). Junto com a droga, tinham sido apreendidos comprovantes de depósitos bancários, que eram de uma pensão alimentícia paga pelo réu.
O juiz pergunta:
- É verdade que foram apreendidas com o sr. 20 trouxinhas de maconha?
E o réu, fingindo espanto:
- Nããããão, doutor!
- E é verdade que com o sr. foram recolhidas cinco petecas de cocaína?
- Nãããão, doutor!
Ante outras perguntas, o réu apenas repete:
- Nãããão, doutor!
Foi ai que o juiz questiona:
- E é verdade que com o sr. foram apreendidos dez comprovantes de depósito no valor de R$ 60,00 em favor de sua ex-esposa?
E o réu:
- Nããão, doutor!
Então o magistrado fulmina com um olhar de indignação e diz ao promotor e aos advogados:
- O jogador quando quer driblar demais acaba sempre se atrapalhando.
Duas semanas depois sai a sentença condenatória.
* Detalhes importantes
A jovem - já com algumas corridas nos leitos da vida - depõe perante o juiz de Pedro Osório, em ação penal que aborda crime sexual, em que o denunciado é um cidadão de 90 de idade, conhecido na cidade por suas taradices.
O juiz sério questiona:
- A senhora me dê detalhes sobre o alegado atentado violento ao pudor:
- O senhor quer todos os detalhes, de tudo como aconteceu, desde o começo, ou só o final?...
- Só os detalhes importantes, seja objetiva.
- Olha, doutor, o seu G... já tinha uns 80 anos, mas era um homem potente, mesmo. Mas não foi com ele que eu perdi a virgindade, foi com um namorado, quando eu estava com 14 anos, agora já estou com 17 e o velho me pegou quando eu tinha 15 anos e quatro meses.