Um juiz indiano assinou ontem (26) o mandado de prisão do ator americano Richard Gere e da atriz indiana Shilpa Shetty por se abraçarem e beijarem em um evento para arrecadar fundos para a luta contra a aids, em meados deste mês, em Nova Délhi. Como o artista não mais se encontra em território indiano, dificilmente a ordem será cumprida.
As ordens de prisão foram emitidas por um tribunal de Jaipur (Estado do Rajastão, nordeste), depois de ter recebido uma denúncia pública contra os dois atores, no dia 15 de abril, por "atos obscenos".
Durante um evento para arrecadar fundos para a luta contra a aids, Gere abraçou Shetty e a beijou várias vezes na bochecha. A cena foi transmitida pela televisão. No dia seguinte, grupos de hindus se manifestaram em várias cidades indianas, queimando fotos do ator americano, de 57 anos, e gritando "não toque nossas mulheres!".
O partido de oposição nacionalista hindu, Bharatiya Janata Party (BJP), lamentou "tal alarde público, que não corresponde à tradição indiana". Segundo o direito indiano, os atos obscenos podem ser punidos com até dois anos de prisão e multa de 45 dólares.
Shilpa Shetty, de 31 anos, ficou conhecida mundialmente após ter vencido, em janeiro, a versão britânica do programa de TV "Big Brother". Sua fama veio depois que outros participantes do programa lançaram insultos racistas contra ela, provocando uma intensa polêmica internacional pelo suposto racismo antiindiano na Grã-Bretanha.
Após sua agitada estadia na Índia, Richard Gere viajou na semana passada para o Nepal, para se reunir com refugiados tibetanos, cuja causa defende há 25 anos.