Vice-governador ataca o Banrisul e Palácio Piratini revida chamando-o de “desequilibrado


27.04.07 | Diversos

Quinze dias depois do afastamento do ex-secretário de Segurança Enio Bacci, o governo Yeda Crucius reagiu à nova rodada de denúncias feita por Paulo Afonso Feijó contra o presidente do Banrisul, Fernando Lemos. A nota de resposta é contundente, tachando  o depoimento de ontem (26) do vice-governador na Assembléia Legislativa como "irresponsável, leviano e inaceitável".

As suspeitas repetidas por Feijó na Comissão de Serviços Públicos irritaram o núcleo central do governo, preocupado com o impacto negativo das acusações na imagem do banco às vésperas de operação de aumento de capital da instituição.

A operação é considerada crucial para o Piratini respirar financeiramente, já que poderá render, segundo estimativas do mercado, cerca de R$ 2 bilhões, dos quais R$ 1,2 bilhão diretamente para os cofres do Tesouro do Estado. Os ataques públicos diante dos deputados irritaram a governadora.

Paulo Afonso Feijó cuidou pessoalmente da montagem do dossiê de 160 páginas contra o presidente do Banrisul, Fernando Lemos.  Sem índice ou capítulos, o documento consiste em uma seqüência de suspeitas em relação à contratação de consultoria, empréstimos e contratos de publicidade na gestão de Lemos à frente do banco.

Há denúncias seguidas de listas de perguntas colocando em xeque a legalidade de operações realizadas por Lemos desde 2003, quando foi nomeado por Germano Rigotto.

Comunicado oficial do Governo do Estado do Rio Grande do Sul

1. Ao comparecer a Assembléia Legislativa e levantar suspeitas sobre antigas operações do Banrisul, sem qualquer comprovação efetiva de irregularidades, associando suas questões pessoais à figura constitucional de vice-governador, Paulo Afonso Feijó adotou uma atitude irresponsável, leviana e inaceitável!

2. Só um comportamento desequilibrado poderia engendrar um ataque tão direto e frontal a uma das mais caras instituições do povo do Rio Grande do Sul, que é o Banrisul, num momento tão especial como o de ofertas de ações no mercado financeiro nacional e internacional. É uma irresponsabilidade! Ele responderá, perante a opinião pública, funcionários do banco e junto aos órgãos competentes, por seu irresponsável ato.

3. Como autoridade constituída, o vice-governador deveria honrar o seu compromisso com a população e preservar o patrimônio do povo gaúcho e não agir para dilapidá-lo com a tentativa de fragilizar a instituição a partir de insinuações, mentiras e acusações infundadas, que só encontram eco em interesses fundamentados em motivos outros que não a defesa do interesse público.

4. Em seu depoimento aos parlamentares o vice-governador reapresentou alguns documentos já encaminhados à governadora Yeda Crusius, que lhe deu um prazo para apresentar provas – o que ele não fez. Na ocasião, esses documentos foram repassados para análise da Procuradoria Geral do Estado, que não identificou evidências que justificasse uma ação de governo.

5. Apesar disso tudo o atual Governo do Estado do Rio Grande do Sul continuará o seu esforço no sentido de fortalecer o Banrisul e dar melhor qualidade de vida ao povo gaúcho.