Esposas sem senso de humor arrancam nariz de marido


23.04.07 | Internacional

Um homem saudita perdeu um pedaço do nariz num ataque conjunto de suas duas esposas, depois de tê-las ameaçado - de brincadeira, segundo alega - que se casaria com mais uma mulher.

A lei islâmica permite que os homens casem com até quatro esposas e a poligamia não é incomum no conservador reino da Arábia Saudita, o berço do Islã.

Pela lei islâmica, um homem pode ter de uma até quatro mulheres, desde que seja capaz de mantê-las financeiramente. A poligamia não é obrigatória.

Judaie Ibn Salem imaginou que a ameaça às duas esposas ajudaria a resolver uma discussão sobre a divisão da casa que eles têm em comum. “Eu jurava que isso resolveria a situação. Mas elas foram rudes e foi então que eu levei um ataque mais pesado”, disse ele ao jornal Shams, depois de sair do hospital, onde levou sete pontos.

Ante a insólita reação das duas mulheres, o saudita já tomou sua decisão: “o único modo de restaurar minha dignidade é casando com uma terceira esposa. Eu não sei o que mais vou perder se fizer isso”.

As duas serão passíveis de julgamento pelo crime ocorrido contra seu marido - e uma das punições possíveis  para esse tipo de ilícito são as chibatadas em praça pública.

A Arábia Saudita é o maior país da Península Arábica, situada no Médio Oriente; a capital é Riade. O país foi o lugar de nascimento do Islão. Atualmente, a sua constituição é baseada no Alcorão.

A prática pública de qualquer outra religião que não o Islão é proibida. Esta intolerância é alvo de várias críticas de várias entidades no resto do mundo. Por exemplo, em 2003, um relatório da U.S. Commission on Religious Freedom (comissão para a liberdade religiosa), uma organização estatal americana que investiga as violações à liberdade religiosa no mundo, chamou à Arábia Saudita de o maior violador das liberdades religiosas.

Vários casos, entre os quais o do professor Mohammad al-Harbia, um professor da escola secundária saudita condenado a 40 meses de prisão e a 750 chicotadas em público por ter discutido a Bíblia e ter dado uma imagem positiva do judaísmo aos seus alunos, têm originado uma condenação pela opinião pública internacional.