Falta de efetivo policial em Dom Pedrito e Santo Antônio da Patrulha pauta reunião de Breier com secretário de Segurança Pública
13.07.17 | Advocacia
A falta de efetivo policial e a consequente onda de violência em dois importantes municípios do Estado mobilizou integrantes das subseções da OAB/RS de Santo Antônio da Patrulha e Dom Pedrito. Na tarde desta quarta-feira (12), representantes da Ordem nestes dois municípios, acompanhados do presidente da OAB/RS, Ricardo Breier, estiveram na sede da Secretaria Estadual da Segurança Pública em reunião com o titular da pasta, Cezar Schirmer. “Nossa diretoria procura estar ao lado das subseções quando reivindicam demandas importantes para suas comunidades. E a questão da violência é grave, inclusive com um pedido de CPI na Assembleia Legislativa foi proposto pela nossa entidade”, destacou Breier.
DOM PEDRITO
A subseção da OAB/RS de Dom Pedrito trouxe números de uma incômoda realidade para o município. Na Policia Civil, são apenas oito agentes atuando – o número ideal é 28. Na Brigada Militar, são 28 integrantes, quando se projeta ter 73 como referência. A Delegacia de Polícia é atendida por uma delegada plantonista. “Somos um dos maiores municípios do Estado em área territorial. Somos uma das cidades mais prósperas da nossa região. Mas estamos cada vez com menos efetivo”, destacou o conselheiro seccional Luis Augusto Gonçalves de Gonçalves.
A presidente da subseção de Dom Pedrito, Malise de Freitas, relatou episódio envolvendo ameaça de invasão do presídio e um assassinato dentro do hospital. “A OAB vem fazendo seu papel, prestando assistência judiciária, mas a situação é muito delicada. A comunidade cobra inclusive da nossa entidade”, comentou. Ela destacou que somente no primeiro semestre foram 46 assaltos a mão armada, 180 furtos e quatro homicídios – números jamais vistos envolvendo a violência na cidade.
SANTO ANTÔNIO DA PATRULHA
A representação de Santo Antônio da Patrulha teve o presidente da subseção, Júlio César de Souza; o tesoureiro da subseção, Gustavo da Silva; e o conselheiro subseccional Paulo Fernando Telles. Eles também destacaram a falta de efetivo, sendo são apenas cinco agentes atuando na Polícia Civil e 21 na Brigada Militar – o número projetado é 53. “No primeiro semestre deste ano, os homicídios consumados já superam o total do ano passado”, destacou Souza.
Os integrantes da subseção de Santo Antônio da Patrulha informaram que muitos inquéritos e investigações são arquivados por falta de pessoal. O delegado empossado em maio ficará residindo no município, mas também atenderá Xangri-lá. “As pessoas ficam desacreditadas do serviço. Há um acúmulo de trabalho que representa problemas para todos”, destacou o presidente.
CEZAR SCHIRMER
O secretário estadual da Segurança Pública destacou alguns procedimentos que vêm sendo adotados para minimizar os problemas de falta de efetivo. Lembrou do concurso público para 6.000 vagas que deverá ser realizado no ano que vem. Também destacou o projeto aprovado nesta terça-feira na Assembleia Legislativa que libera a Brigada Militar de fazer vigilância externa nos presídios. “Só com esta mudança são 500 soldados a mais que poderemos utilizar para outras ações”, comentou.
Em relação aos municípios, Schirmer anotou as reivindicações e realizou alguns contatos preliminares, principalmente em relação ao município de Dom Pedrito, que está com alta defasagem de efetivo. “Temos alguns critérios para a chegada de novos policiais nos municípios. A partir dessa organização da secretaria, poderemos definir como atender estas demandas”, completou.
