MPF/MG denuncia estrangeiro por tráfico internacional de drogas


15.12.09 | Diversos

Inglês foi preso pela Polícia Federal quanto tentava embarcar, no Aeroporto Internacional de Confins, com dois pacotes de cocaína. A droga estava escondida no fundo do forro interno e em uma das paredes laterais de sua bolsa de viagem. Durante o interrogatório policial, ele confessou que levaria a cocaína até Madri (ESP), onde iria receber 15 mil euros pelo transporte. O inglês encontra-se atualmente detido na Penitenciária Nelson Hungria.

Ele é apenas um dos 13 estrangeiros denunciados este ano pelo MPF em Belo Horizonte (MG). Na lista, podem ser encontrados cidadãos da Espanha, Bulgária, Polônia e de países da África. Eles são flagrados carregando a droga escondida em objetos, amarrada ao próprio corpo ou até dentro do estômago e intestino. Um comerciante de Serra Leoa, preso em maio deste ano, quando levado ao Hospital João XXIII, expeliu 101 cápsulas contendo 2,3 kg de cocaína. No mesmo dia, também foi preso um maliense transportando dentro do corpo outras 81 cápsulas com a droga.

De acordo com procuradores da República que atuam no Núcleo Criminal do MPF em Belo Horizonte, é cada vez maior o número de pessoas presas no aeroporto de Confins tentando embarcar com entorpecentes para a Europa. A maioria das apreensões refere-se a cocaína, mas também já foram encontrados lotes de medicamentos e até maconha. De março deste ano até a primeira semana de dezembro, foram oferecidas denúncias contra 13 estrangeiros e oito brasileiros pelo crime de tráfico internacional de entorpecentes.

Equiparado a crime hediondo no Brasil, a pena para o tráfico internacional de drogas pode alcançar 25 anos de prisão e uma multa de até R$ 3,5 milhões. Além disso, o crime é inafiançável e aos condenados não podem ser concedidos sursis, graça, indulto, anistia ou liberdade provisória, sendo também proibida a conversão da pena de prisão em pena alternativa. Em todos os casos que resultaram nas denúncias, os criminosos foram pegos em flagrante, o que acelera a tramitação dos processos, já que a prisão do investigado reduz o prazo de conclusão das investigações pela metade.

Quadrilha internacional - As apreensões feitas em Belo Horizonte também permitiram a descoberta de uma quadrilha com forte atuação no tráfico internacional de drogas. Liderada possivelmente por nigerianos instalados na capital paulista, a quadrilha utilizava uma empresa de comércio exterior situada no Bairro Jaraguá, em Belo Horizonte, para enviar cocaína para o exterior.

A droga era acondicionada nos mais diversos tipos de mercadorias, que iam de bicicletas, instrumentos musicais e máquinas de costura até equipamentos para jardinagem. Mais de trinta remessas foram feitas por intermédio da empresa, embora não tenham sido encontradas provas do envolvimento de seu proprietário com o esquema.

A quadrilha utilizava principalmente mulheres, que saíam de São Paulo em linhas de ônibus regulares, desembarcando na capital mineira, onde contratavam carretos para levar o material até a empresa. De lá, a droga seguia para o continente africano.




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Fonte: PGR